Dão-se os lábios, dão-se os braços
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.
dão-se os olhos, dão-se os dedos,
bocetas de mil segredos
dão-se em pasmados compassos;
dão-se as noites, e dão-se os dias,
dão-se aflitivas esmolas,
abrem-se e dão-se as corolas
breves das carnes macias;
dão-se os nervos, dá-se a vida,
dá-se o sangue gota a gota,
como uma braçada rota
dá-se tudo e nada fica.
Extracto do poema do Homem Só - António Gedeão
5 comentários:
Olá, gostei lindooooooooooooo
Deixo-te beijinhos com carinho.
Fernandinha
Este vosso cantinho é de um imenso bom gosto. Não há dúvida.
Beijo grande.
Su,
dá-se o que tem e nunca o que se não tem e ao dar aumenta sempre o que dêmos :) é bom dar.
Dou-te meu abraço, meu sorriso, meu amor.... quero partilhar tudo o que existe em mim :) se tenho não é para ficar em mim:)
Serenos sorrisos
É belo demais, mesmo!
E o pormenor do jogo das cores entrelaçadas... demais!!!
Adorei!
Beijinhos
Uma esmola é aquilo que se dá por que se tem que dar. É aquilo que se dá para impedir a inclemência divina. E quando assim é, nada fica, por menos que se dê. Ao contrário, dádiva, é aquilo que se dá pelo prazer de dar. É aquilo que se dá na esperança de fazer alguém feliz. E quando assim é, fica o que se deu... exponencialmente multiplicado.
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