Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.
Amo a hera que entende a voz do muro,
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.
Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!…
Florbela Espanca
2 comentários:
e como é plena essa sensação...
Obrigado pela partilha
A imagem bem acompanha o poema
Ela amava muito, por isso escrevia assim... os sonhos que se calam, dos corações que sentem e não falam, ficam apenas latentes, porque um sonho que é sonhado com amor, nunca se cala verdadeiramente...
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