20 junho 2009

Afasta o véu da tua alma...



Sente-se sem ter consciência
Do próprio sentimento.

A paisagem, o ambiente, toca-nos
E, sem permissão, entra dentro de nós.

Queremos ficar neste espaço sem tempo,
queremos voltar, quem sabe, a ambientes passados.

As palavras, as letras, são muito pobres
Para expressar o que sentimos
Quando o braço terno, envolvente e caloroso
Da nossa Grande-Mãe-Natureza nos envolve…

No fundo, o mais difícil é transmitir uma vivência,
Algo que não se consegue agarrar.

Ana Isabel Vieira in Portugal - Terra de Mistérios

3 comentários:

Porcelain disse...

Pois se a alma tem já tantos véus... todos os que se conseguirem afastar serão uma bênção... já que o sentimento se esconde por detrás de todos esses véus, e a consciência não o consegue alcançar em toda a sua plenitude... e tudo aquilo que nos toca e que entra dentro de nós, possui de alguma forma a nossa inconsciente permissão para o fazer... queria ficar num tempo sem espaço, que fosse também um espaço sem tempo... queria saber o que é expurgar, transcender todos os referenciais... passado, presente e futuro são um apenas, mas se a mente os compartimenta em número de três, impede-nos a visão de todos aqueles que não estão imediatamente diante da vista, da percepção da mente... e que sublimes são as viagens que nos levam quer um pouco mais à frente, quer um pouco mais atrás, nem que seja apenas por excassos instantes... as linguagens que o Homem inventou para transcrever segundo as suas próprias leis e limitações internas o mundo que o toca e que entra por ele dentro, atravessando os seus filtos e as suas barreiras, são tão limitadas como ele próprio... jamais chegarão para descrever o que ele próprio cria, sem saber ao certo o que criou, tão submerso está pela sua infinita ignorância... quanto mais para descrever as criações da Natureza, acerca das quais tão frequentemente cai na arrogância de crer conhecer já tudo... as vivências e tudo aquilo que se não consegue agarrar... podem descrever-se com as palavras e o seu generoso auxílio, mas precisam do suave sustento do sentir... do etéreo pilar produzido pelo coração... que lhe abram as portas e que se lhe permita falar... com as palavras convencionais, sim, mas com o sentir que é de cada um de nós... único e acima de toda e qualquer cópia que se possa querer produzir-lhe...

:) Verdadeiramente belo; tão belo quanto inspirador, quer o poema quer a imagem... não havia ainda tido o prazer de conhecer o talento de Ana Isabel Vieira, minha amiga querida, obrigada por mais esta gentil lição que, como todas as outras, te agradeço profundamente... beijos muito, muito grandes!

PS: ahhh, e a música... :)

Susana Júlio disse...

O vú muitas vezes pode ser transparente e assim é que começa a verdadeira inquietação da alma humana...algo que se torna inefável.

:)

Este post foi aqui colocado pelo taliesin! Uma vez ele, outra vez eu! Mas fica tudo em casa! ;)

Beijinhos grandes.

Porcelain disse...

Ok, minha linda, prometo que terei isso em atenção... o véu... transparente... eu gosto quando as almas vestem véus transparentes... beijos grandes!!