O seu canto despe o horizonte;
e a deusa inicial revela os seios matinais que nenhum olhar ousou,
e cujos bicos se humedecem do estranho leite das palavras esquecidas.
Digo: o amor, a vida, a morte repetida nos teus braços de ouro e sal;
e uma nuvem de vento e de sombras atravessa o céu da estrofe.
Não deixes que a sua imagem inquiete o poema;
empurra-o para o sol,
para que a excessiva luz o queime,
no incêndio que me impede de ver os primeiros sinais da primavera.
Nuno Júdice in «Rimas e Contas», 2000
1 comentário:
Deixo um reflexo sereno neste cantinho fantástico que desconhecia.
Beijinhos e sorrisos doirados e serenos
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