28 setembro 2007

PEDRAS GASTAS


Ali,
No baluarte exposto ao vento,
Nos interstícios das pedras,
O vento vai escavando fundo,
Sempre mais fundo;
O vento e a chuva grossa e fria
De mais um Inverno que chega.
Ali,
Tudo já foi,
Até o tempo parece arruinado,
Desfeito,
Desconjuntado.


in FRAGMENTOS
de Victor do Rosário

4 comentários:

Anónimo disse...

Olhem, adorei voltar a ler este poema. Sinceramente.
Acho que está um conjunto perfeito, com esta vossa fotografia.
Muito bom!

Anónimo disse...

gosto muito do som deste espectro :)

poeta_silente disse...

Miguinha!!!!
Pois neste lugar moram nossas tristezas e nossos traumas. Mas, se soubermos olhar bem, por entre cada ranhura, seremos capazes de entender os acontecimentos como básicos na nossa caminhada, em busca da perfeição.
Deus te abençoe.
Beijos
Miriam

Porcelain disse...

E desconjuntar o tempo? Se as pedras conseguem... será que nós também conseguimos? Funcionamos como se ele fosse absoluto, mas Einstein diz que não é bem assim... eu também acho que o tempo é muuuito relativo... e gostava de o vencer, um dia, desconjuntá-lo, tal como fizeram as pedras...